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Além Mar
04:51
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Está mau tempo no canal
O que me leva a prever
Que este vasto continente
Por mais tempo me vai ter
Para me reter com promessas e encantos terrenos
Com convites e fragrâncias
Com rumores e com distâncias
Mas tenho a garganta seca
Parece carregada de sal
E acendo um cigarro
Mais para acalmar a ânsia do que por prazer
Para evocar, para reter
A cor do vinho furtado, de outro lugar, de outra ramada.
O teu olhar prende-se além, além mar
É que tu me desterras sem dó nem piedade
Mas estás perdido num labirinto de prazer
Isso são lérias atiradas, que o mar tenta em verdade transformar
Essa morena perdia na praia
Fiquei só
E há quem diga que me encantou
Porém a memória do que por lá se passou
Desvanece como priolo a esvoaçar
E o seu corpo na rebentação
Há quem diga, quem o contornou
Que o seu toque bem fundo marcou
Mas o mar o prende, o mar o quer guardar
O teu olhar prende-se além, além mar
É que tu me desterras sem dó nem piedade
Mas estás perdido num labirinto de prazer
Isso são lérias atiradas que o mar tenta em verdade transformar
Sim, eu aguardo
Vais-me ligar não é?
Não, não me envies mais promessas a cobrar no destino.
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3. |
Coral Sensual
03:53
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O betão estala nesta doca que está seca
Deixaste-me no trópico da ansiedade e fiquei contra minha vontade Neste tear de Penélope
A construir e a desmanchar
A querer fugir mas a ficar
Vai, vai para onde quiseres
Podes até ir a um safari lunar
Eu reunirei forças para deixar esta praia
Mas vejo a luz no farol
Vens à terra em agitadas ondas nocturnas
És tempestade a ancorar
No alpendre escuto pingos e passadas
É sinal de que estás a chegar
Podemos até ficar sossegados
A conversar
Mas esse gesto acaba com o paleio
Sinto o teu robe a destapar
Nos meus lençóis cravas a tua presença
E não passa um bote para me resgatar
O teu quebranto é o que me prende a esta casa
Espero por ti neste lugar
Pelos teus encantos salgados
Pelos teus toques danados.
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4. |
Greco
05:23
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Deixaste para trás
Estes seixos, este rio
Cruzaste o mar Egeu
Viste as jóias do Nilo
Mas eu por cá fiquei
Entre fumos e feitiços
Entre velados artifícios
Cantares de Dionísio
À sexta feira à tarde
Refinaste o sotaque
Envolveste a voz em caxemira
Importaste a postura
Trouxeste ao peito uma safira
Mas o bazar que conheço
Vende tabaco e melancia
Por entre sopros de ousadia
De intriga e picardia
Sob casca de carvalho.
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5. |
Perigosa
04:19
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Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa
Anda com este
Anda com aquele
Ela é perigosa, perigosa
Se eu fosse um homem rico
Comia trinta paios
Usava um robe rasgado no cu
Oh dona Mena, não faça isso
Ao menos sirva pão com chouriço
Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa
Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa
Sansão homem de tranças
Dalila mulher de traição
David seu comandante Urias
Betsabé seu esposo comandante
Jah veio um dia a Ló
Gungunhana foi levado para Angra
Descendia da tribo de Shakazulo, Shakazulo
Mas eu cá sou de S. Romão, S. Romão
E não tenho dread locks
Mas forever natty dread we are
Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa
Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa
Senhor comandante
Ela é perigosa
Perigosa, perigosa.
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6. |
Chuva na Areia
03:50
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Cai suave em rosto de mel
A monção ensopou segredos
Já não os podes guardar
Mas na areia branda
Com o rugir do mar
Se parda era agora vive
Luzidia em noite estrelar
Le sable fouillé
Ça va, c'est moi
Les chants sereins
Les enfants de Neptune
Le sable fouillé
La pluie qui tombe
Une touche de miel
Le soleil que se léve
Les bêtes nocturnes
S’emmêlant en danses
De collision et de passion
Se jétent dans l’abysse
Amère, l’air de la mer
Se dépose sur tes lèvres
Scénario avec ton role
Que tu jetes dans un coin
Le sable fouillé
Ça va, c'est Moi
Les chants sereins
Les enfants de Neptune
Le sable fouillé
La pluie qui tombe
Une touche de miel
Le soleil que se léve
Levas pela mão
Os sapatos rasgados
Entregas à areia
A forma dos teus passos
Pousa em teu rosto
Maresia de fel
Jaz amolgado
O guião do teu papel.
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7. |
Suave Mari Magno
02:35
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8. |
Carícias na Acrópole
04:24
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9. |
Meu Céu, Minhas Máquinas
05:18
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Por entre a vasta multidão
Fina face estás a fitar
Se te devolve olhares de fera enraivecida
Para outro lado vais procurar
Tiras do bolso incandescente
Uma máquina a trabalhar
Ela até te localiza
Uma alma pronta a amar
És ás nesse tango corrido
Mas tão fácil de agilizar
Sem suar, sem ter um pé em risco
Valerá a pena dançar
Ça va Coco
Ton toucher très distant
Ça va, je suis là
Est à distance d’un abysse
Mais je veux t’avoir
Ça va Coco
Ton toucher très distant
Je suis fou, je suis fou
Tant de ponts, tous inachevés
Não precisas de te perfumar
Ou passar a loção
Se não tens palavras que te abram o caminho
Enfias num pixel toda a emoção
É só carregar em enviar
E aguardar a recepção
Se a resposta está a demorar
Deixa de ter a tua atenção
Tens mais anzóis de molho
Tens mais cartas na mão
Tu até informatizaste
Algumas manhas de Dom João
Ça va Coco
Ton toucher très distant
Ça va, je suis là
Est à distance d’un abysse
Mais je veux t’avoir
Ça va Coco
Ton toucher très distant
Je suis fou, je suis fou
Tant de ponts, tous inachevés
Dans ta poche mon message
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Bruno de Seda Porto, Portugal
Bruno de Seda é um obreiro da canção, um iniciado nos cantos de Vénus, um inquisidor da sentimentalidade e um inquilino permanente no corpo de Bruno Martins.
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